Com atraso, ao amor.

Eu amo, amo mesmo,
o sorriso, a paz, e o umbigo.

Amo os beijos, as palavras
todos os dias e várias vezes por dia.

Esse amor que me cuida, me afaga,
que me agarra, o coração dispara.

Amor onde mergulhei, de ponta, cabeça
e tudo, corpo e ainda mais alma.

Amor preto, nego, singular.

Meu sorriso é feito de amor pro amor,
é teu meu olhar, meu suspiro, pensamentos
e coração.

Aquela apatia nem sei por que.
É tanto nada em tudo, vazio, vazio.

.

Vivo em constante mudança,

aberta a tudo e a nada,

vivo num movimento continuo confuso

todos os dias ou

quase sempre.

Palavras, Palavras, Palavras

que me preenchem,
que me sorriem,
que me interessam,

que me animam,

que me despertam,
que me curam,

que me compreendem,

que me atacam,
que me inundam,
mas eu não sei nadar.

Cheia de mim,
cheia de amor,
pra mim, por mim, em mim,

é meu, distribuo
mas essa coisa de trocar,

não mais.

eu quero entrar em mim

a vida não deixa.

o coração quer sair

mas ai mata.

a mente corre

o corpo quer parar.

as palavras cortam

e a boca muda.

os olhos, cansados de tanto
ver a mesma cena.
sentimentalismo barato.

Bons dias, menos pro coração.
Os olhos veem, mas quem sente

o coração.
O corpo sente, mas quem não sente

o coração.

A boca fala, mas quem não fala
o coração.
A cabeça pensa, mas e o coração?

não sabe pensar, coitado.